Tinto

Black Pur ( à l’avenir! )

 

Vamos começar pelo fim, à boa maneira do Brás Cubas, do Machado de Assis (ainda que sem dedicar alguma coisa aos vermes): a crise aguçou a qualidade da Quinta do Portal e aqui estou eu, de regresso da Livraria Lello, para exigir a vossa concordância com o que vai ser dito.

O portfólio desta muito minha preferida quinta do Douro (aqui a objectividade é completamente subjectiva, tenham paciência) acaba de ser alargada com o novo e imperial tinto de “influência” francesa: Black Pur.

O dito esteve escondido no magnífico armazém da Quinta do Portal, desenhado por Siza Vieira, o tal que guarda brancos a preços muito interessantes e tintos de elegância e frescura de que já aqui falamos, além de Grande Reservas, que quanto mais tempo na garrafa melhor – caso impressionante: o Auru, o topo de gama da casa, cuja única má noticia é só mesmo preço (cerca de 80 euros).

Mas hoje não é de portfólio “regular” que se fala. Chegamos ao Black Pur (ou ele chegou até nós?) pela bem colocada e melhor disposta voz de um jovem poeta que importa dar de beber: Renato Filipe Cardoso. Ele pintou a apresentação do vinho com as coisas da vida moderna de Baudelaire, anónimos de bons vinhos e com o bom ortónimo (ainda sem pseudónimos, acho); quase ofuscou as uvas, que maldade!

Mas voltando ao grande desafio, exigia-se a resposta a isto: é possível juntar duas castas como a Cabernet Sauvignon (30%) – de muita duvidosa reputação – e a bonita Malbec (70%)? Não vos farei perder mais tempo. Da Quinta da Abelheira, em Favaios, uma das várias propriedades da empresa e com um rótulo indiscutivelmente imperial, este Black Pur responde que sim.

A sua cor negro violeta não engana sobre o acerto total e o aroma de frutos maduros e pretos também não esconde o que vem ai: um final guloso e muito fresco. E é aqui que vos digo que o desafio está ganho. Para lá da estrutura equilibrada e do elegante volume na boca, temos isto: uma bela frescura aromática final. O grande trunfo! Saúde!

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A produção é pequena e o vinho só estará à venda na quinta e em garrafeiras.
Preço PVP: 30 euros.
Produtor: Quinta do Portal.

 

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Quinta do Portal Moscatel Galego Branco 2013


e finalmente, uma selfie em condições para comemorar o fim de uma das 4000 mil garrafas que a Quinta do Portal decidiu lançar sobre uma das mais típicas castas do Douro, o Moscatel.

a aposta é muito forte e daí a exuberância aromática deste primeiro engarrafamento da “casa” de um Moscatel do Douro seco, com fermentação em cuba de aço (3 meses) e vindima manual. evidentes as notas de casca de laranja e a fortíssima mineralidade. estilo vivo e elegante.

o enólogo adverte que é o parceiro ideal para sushi, marisco e saladas, nos primeiros meses de evolução na garrafa e promete que, perdendo a juventude que o caracteriza, vamos adorá-lo com peixes grelhados e certas carnes brancas. pois aqui fica a informação destes consumidores: foi testado sem medo do risco com costelas grelhadas e… chorámos e contámos: já só há 3999 garrafas.

Região: DOC Douro
CastasMoscatel Galego Branco (100%)
ProdutorQuinta do Portal
Preço: 5€ 
Álcool: 13,4%
Enólogo: Paulo Coutinho

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Auro Tinto 2009


o merecido castigo por faltar à edição deste ano da Essência do Vinho foi este: regaram-me com um extraordinário AURU 2009, em futebolês, o ponta de lança da Quinta da Portal.

a complexidade multissensorial baralha quem quer perceber o que está a acontecer mas percebe-se, pelo menos, isto: complexidade, elegância, densidade e taninos maciços e possantes. de cor impetrante, com aromas de fruta madura de qualidade, na boca impõe respeito e sendo ainda jovem (e a propósito, cada vez gosto mais da Touriga Franca…), pela harmonia que evidencia, é fácil a aposta na capacidade de envelhecimento. o uso de diferentes variedades para a obtenção destes vinhos – aqui  temos Touriga Nacional (65%), Tinta Roriz (30%) e Touriga Franca (5%) -, aliado a 14 meses de estágio em cascos novos de Carvalho Francês, potencia isso mesmo. podendo já ser aberta, e ainda bem que o foi (pois até não era minha…) promete muito mais daqui a algum tempo.  

já agora, este vinho não se faz sempre. o AURU foi concebido em 2001 para celebrar os 10 anos da nova era da Quinta do Portal e na galeria das colheitas temos somente o de 2001 ( feito da nobreza das castas Touriga Nacional e Tinta Roriz), 2003 (das castas Touriga Nacional (58%) e Tinta Roriz (42%) ) e 2007 (Touriga Nacional (65%), Tinta Roriz (30%) e Touriga Franca (5%).  

obrigado pelo castigo!
Região: DOC Douro
CastasTouriga Nacional (65%), Tinta Roriz (30%) e Touriga Franca (5%)
ProdutorQuinta do Portal
Preço: 75€ 
Álcool: 14,4%
Enólogo: Paulo Coutinho
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Quinta do Portal lança Verdelho & Sauvignon 2012

primeiro a declaração de interesses: acho a Quinta do Portal a melhor produtora de vinhos do Mundo. confissão feita devem interpretar isto como se eu tivesse escrito: “o céu estava carregado de nuvens que pareciam incontinentes, mas que acabaram por se afastar, indo chover para outras cidades”. ou seja, façam por esquecer.

indo ao que interessa, a Quinta do Portal inovou e produziu um novo elemento de interesse na sua coleção. produzido a partir das castas que lhe dão nome, deste Verdelho & Sauvignon 2012 só há três mil garrafas e representa o primeiro vinho saído das parcelas experimentais da Abelheira.

a combinação é muito feliz: das notas do Verdelho temos a mineralidade gulosa na boca, intensa, fina e longa, e do Sauvignon Blanc o aroma frutado e floral. para o fim está reservada uma complexidade que dá toda a personalidade a esta nova aposta do produtor, um branco em tudo diferente daquilo que é habitual na Quinta do Portal. fresco e sedutor (até no preço). na mouche!

  • Região: Douro
  • Castas: Verdelho (40%), Sauvignon Blanc (60%)
  • Produtor: Quinta do Portal, SA
  • Preço: 8,00€ pvp
  • Álcool: 13,5%
  • Enólogo: Paulo Coutinho
  • Ficha técnica: (brevemente disponível)
amostra cedida pelo produtor
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Quinta do Portal. arquitectura para vinhos.

fica no Douro e o vinho não é o seu único encanto. temos a “incrível nova arquitectura” do (para) o vinho. em inglês (espero que não muito técnico…) aqui.

entretanto, e em português, sou obrigado a dizer que o armazém de envelhecimento de vinhos, de arquitectura contemporânea, está excepcionalmente bem integrado no cenário do vale do Douro. gabo-lhe o poderoso perfil elegante.
Siza Vieira, que o desenhou, recorreu aos materiais usados no Douro, como o xisto, a pedra com que se fazem os muros de suporte dos socalcos, bem como a cortiça para obter a harmonização que exibe. 
o edifício possui uma área de implantação de 2050 metros quadrados e uma área de construção de 4.722 metros quadrados de betão e aço.

depois, claro, vieram os prémios. mas os vinhos, os vinhos….

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Quinta do Portal Colheita 2009

ainda sobre o passado fim de semana, era óbvio, até para comparar, que iria meter “ao barulho” um Quinta do Portal.

no meio de tantas estrelas, escolhi este Colheita Tinto 2009, apesar do facto de ser mais barato em mais de metade relativamente aos restantes tintos em prova…

a Tinta Roriz de vinhas localizadas a 350 metros é predominante (60%), mas aqui também há Touriga Nacional (25%) e Touriga Franca (15%). o vermelho escuro que exibe permite logo perceber uma estrutura adulta. muito aromático, no nariz sobressaem os frutos vermelhos e um pouco de cereja. mas é na boca que explode. é impossível não notar a sua frescura e, muito particularmente, algumas notas de madeira que o fazem brilhar. taninos firmes, acidez excelente e um final longo completam este vinho muito feliz.

não restando dúvidas que irá evoluir muito bem na garrafa, na cave deixo três para daqui a uns anos (tenha eu paciência para esperar e assim me permitam os meus “gulosos” amigos…). SAÚDE!


Região: DOC Douro
Castas: Tinta Roriz (60%), Touriga Nacional (25%) e Touriga Franca (15%)
Produtor: Quinta do Portal
Preço: 8,60€
Álcool: 13,5%
Enólogo: Paulo Coutinho
(ficha técnica)

indicado pelo Wine Enthusiast como BEST BUY