ABC

1- VISÃO

 

Observe o vinho, utilizando uma luz razoavelmente boa, contra uma superfície branca. Deverá observar então a cor, a limpidez e efervescência. Agite o copo com um cuidadoso movimento circular, de modo a permitir a libertação dos aromas. Quando parar a agitação veja se existem lágrimas a escorrer pelas paredes do copo (podem dar uma indicação sobre o teor de álcool e açúcar do vinho).

A cor nos tintos apresentam-se mais vermelhas, com nuances azuladas e com o envelhecimento começam a acastanhar, chegando a cores próximas do castanho-dourado.Nos brancos a cor não fornece muitas indicações. Em geral, cores mais carregadas significam que o vinho é proveniente de climas mais quentes, de uvas mais maduras, ou vinificado em cascos de carvalho. No Rosé, a gama de cores que vão do alaranjado (casca de cebola), até ao vermelho claro (rosa). Estre dois limites diversos tons podem ser encontrados.

Quanto à limpidez, o vinho deverá apresentar-se sempre límpido e brilhante, e nunca enevoado ou nebuloso. No vinho tinto o depósito escuro, de origem natural, não deverá ser levantado. Ele é o resultado da precipitação de matérias corantes e outros polifenois, ao longo dos anos. Numa garrafa com estes depósitos deverá ser tido o maior dos cuidados para não ser agitado esse depósito, evitando que este fique em suspensão no vinho. Estes depósitos são sinal de vinho de grande estrutura, ou de que foi um vinho com essa estrutura, e que não sofreu grandes tratamentos de estabilização ou de filtração, o que poderá indicar algo de positivo.Nos vinhos brancos, em princípio, não deverão surgir depósitos, podendo todavia aparecer um pequeno depósito cristalino, de cristais do acido tartárico, indicando que o vinho não foi sujeito a grandes estabilizações térmicas, e que portanto terá maior estrutura e volume de boca, carácter muito positivo.

Finalmente quanto à efervescência, há determinados vinhos que apresentam alguma devido à presença de gás carbónico.(vinhos Verdes e os Espumantes). A existência de bolhas em vinhos, porém, é indicativo de uma indesejável refermentação.

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2- NARIZ

Agite novamente o copo, aproxime o nariz e inspire profundamente. Tente encontrar no conjunto de aromas alguns que Ihe sejam familiares. Aromas bons: morangos, café, madeira, chocolate, flores. Aromas maus: detergente, vinagre, enxofre (ovos podres, proporciona fortes dores de cabeça…), rolha, mofo, suor de cavalo (contaminação microbiana, má conservação, falta de higiene) Os aromas podem ser divididos em três grandes classes: Aromas Primários (das castas), secundários (da fermentação) ou terciários (do bouquet):

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3- BOCA

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Detectado os aromas, a nova fase é tentar identificar as castas pelos seus aromas característicos.

  1. Tomar na boca uma pequena porção de vinho vinho.
  2. Molhe toda a mucosa bucal com o vinho (língua, bochechas e céu da boca ou “palato”).
  3. Registar relativamente aos sabores: onde são detectados, quais são detectados primeiro, tempo relativo em que persistem; tempo relativo em que persistem, como se modificam em percepção e como se modificam em percepção e intensidade.
  4. Registar também as sensações de adstringência, ardor, viscosidade, temperatura, intensidade do pico de gás.
  5. Aspirar de modo a promover uma corrente de ar sobre o vinho na boca, de modo libertar os aromas com mais eficácia. P
  6. Por fim,  aspire o ar sobre o vinho na boca, por alguns segundos.
  7. Cuspa cuspa (ou engula) a porção de vinho que tem. Expire o vapor aromático da sua boca, através do seu nariz feche a boca. A qualquer aroma detectado desta forma chama-se fim-de-boca.

Tradicionalmente distinguimos cinco gostos elementares: o doce, o salgado, o ácido, umami e o amargo. Algumas ajudas para as castas:

Castas Brancas

Chardonnay: Baunilha, frutos secos, manteiga, natas, pão torrado, melão, manga, ananás. Acidez média.

Sauvignon Blanc: Aroma a relva acabada de cortar, xixi de gato, nos mais doces, floral, mel. Elevada acidez.

Arinto: Intenso citrinos

Antão Vaz: Frutos tropicais, ananás

Castas Tintas

Cabernet Sauvignon: Groselha, ameixas, pimentos.

Merlot: Cerejas, morangos e flores. Baixa acidez.

Syrah: Fruta preta, pimentas, couro, fumo, amoras. Muito frutado, intenso a fumo e pimenta, taninos elevados, elevada acidez.

Aragonês/Tinta Roriz : Morangos, groselha, especiarias, baunilha, caramelos. Sabor por vezes leve com toque de baunilha e morangos, ou mais pesado e taninoso.

Trincadeira: Aroma aroma frutado com notas verdes, que também é comum no sabor com riqueza de taninos.

Periquita/Castelão/João Santarém: Fruta vermelha e caça em destaque, tornando-se macios rapidamente.

Touriga Nacional: Intenso Violetas, mentol, amora, cereja, ameixa, chocolate. Vinho encorpado, com taninos nobre.